Mundo BANI, VUCA, Cadeias de Valor e Inovação: a nova sigla para descrever o universo

Por Karol Oliveira
Gestora de Inovação e Especialista em Desenvolvimento de Novos Negócios, eleita Líder de Inovação Norte/Nordeste 2019.

Estávamos em um mundo VUCA, essa sigla acertou na mosca o que foram as últimas décadas. Agora, em vez disso, parece que enfrentamos um caos maior – na política, no contexto ambiental, no comércio e em muitas outras esferas da vida. Para a década de 2020, entramos no Mundo BANI: Brittle (frágil), Anxious (ansioso), Non-linear (não linear) e Incompreensible (incompreensível). Neste artigo explicarei os detalhes desse método mais preciso para descrever essas circunstâncias 😉

O termo “VUCA” que já existe há quase 4 décadas, consiste em volátil, incerto, complexo e ambíguo, serviu como um ponto de orientação em termos de abordagens ágeis e auto-orientadas para trabalhar, pensar e compreender o mundo em geral. No entanto, a situação mudou e a complexidade parece ter evoluído para o caos.

O que costumava ser volátil deixou de ser confiável. As pessoas não se sentem mais inseguras, estão ansiosas. As coisas não são mais complexas, obedecem a sistemas lógicos não lineares. O que costumava ser ambíguo parece incompreensível para nós hoje!

A FRAGILIDADE DO CENÁRIO (BRITTLE)

A história da humanidade oferece vários exemplos de padrões e você pode encontrar um ponto crítico de falha em qualquer sistema. Num mundo em que tudo está interconectado, uma falha desastrosa ocorrida em um foco pode causar um efeito cascata em todo o restante da cadeia. Lembra da greve dos caminhoneiros e como isso mudou nosso pensamento sobre distribuição? Basta analisar as cadeias; suprimento de comida, abastecimento de energia e comércio global.

Nossos sistemas críticos estão interligados e não são à prova de falhas. Se um componente falhar, o resultado pode ser uma série de sistemas falhando e caindo como dominós, um após o outro.

O MAL DO MOMENTO (ANXIOUS)

Quando você está ansioso, também se sente incapaz de tomar decisões, qualquer opção disponível pode resultar terrivelmente errada. Em um mundo ansioso, as pessoas; ficam atentas ao próximo desastre, tendem a se tornar passivas para evitar decisões equivocadas, ficam desesperadas com as oportunidades perdidas e enfrentam a sensação de depender de alguém para tomar seu rumo.

Enquanto isso, a mídia se concentra no que está acontecendo agora e muitas vezes deixa de mencionar o que é ou seria certo ou que ação levará a melhorar o nosso ambiente atual. No entanto, ao se mover geralmente em um ambiente moldado pela ansiedade, o objetivo é aprender a lidar com essas circunstâncias de maneira produtiva, depende de nós obter uma visão positiva das coisas. 

NEM TUDO É LÓGICO (NON-LINEAR)

A resposta da causa não pode mais ser avaliada com antecedência. A lógica básica do que conhecemos como uma cadeia linear de causa e efeito tornou-se não linear: eles não se encaixam perfeitamente.

Pequenas decisões têm impactos desproporcionais que podem ser benéficos ou devastadores. Mudanças levam a consequências com grandes atrasos ou melhorias significativas ao meio. Trabalhar duro não vai necessariamente ajudar a reverter toda a situação.

Por exemplo, o Covid19 introduziu uma crise sem precedentes em termos de escala, extensão, infecção e taxas de mortalidade e essa luta tem sido constante. Os mesmos padrões de não linearidade se aplicam à crise climática, o aquecimento global da forma como está se manifestando hoje, vem bastante das decisões tomadas pelas indústrias por volta de 1980.

As consequências de algo podem demorar para emergir, mas elas chegam.

NÃO COMPREENDEMOS, APENAS VIVEMOS (INCOMPREENSIBLE)

Esses resultados não lineares parecem carecer de lógica, mas se encaixam como incompreensíveis. Não podemos compreender a causa porque ela pode ter se passado há muito tempo ou simplesmente não estar ligada aos fatos que procuramos.

Curiosamente ter mais informações não significa encontrar resposta. Ao mesmo tempo, nossa capacidade continua a mesma. Portanto, mais informações podem apenas sobrecarregar nossas mentes! Se analisarmos a Inteligência Artificial, ela foi introduzida em muitas esferas, seus algoritmos aprendem continuamente com o que fazemos – nosso comportamento, conteúdo disponível e assim por diante. Enquanto isso, observamos resultados desproporcionais, como efeitos discriminatórios, apesar de nossas intenções.

Então, como agir agora?

Uma certeza que temos é a da mudança, mas existem formas de se fazer inovação e criar empresas melhores mantendo a sanidade.

  1. Cuide de pessoas: inteligência emocional nunca foi tão necessária, um negócio de valor precisa cuidar de quem o faz. Não cabe apenas a empresa esperar que seus colaboradores se cuidem, é hora de promover humanização em todos os lados.
  2. Tenha foco: quanto mais coisas queremos fazer, menos entregamos resultados e nem conseguimos concluir o que estipulamos, ampliando a ansiedade. Desenhe os objetivos, entenda quais são as chaves para realizar e canalize energia nisso!
  3. Comemore o progresso: se vivermos no modo automático esquecemos dos pequenos detalhes. Você hoje está melhor do que foi há 3 anos, ao lembrarmos de cada passo dado vamos perdendo o medo e descartando a insegurança. Então celebre os resultados!

Quando não souber o futuro, apegue-se a uma fé. Não falo de religiões, mas de fatos que nos conduzem a certezas – eu uso a palavra de Deus e princípios de Jesus como guia.

Aplique ao seu negócio inovação com saúde mental, o cenário pode não ser o melhor favorável, porém, é oportuno para os que desejam crescer! Vamos com tudo!


KAROL OLIVEIRA

Gestora de Inovação com foco na habilidade de Problemas Complexos, Karol é especialista em inovação aplicada em corporações e startups. Em 2019, foi eleita Líder de Inovação Norte/Nordeste pelo prêmio Innovation Leader.

Iniciou no mercado de trabalho como docente na disciplina de Física voltada para concursos da Aeronáutica e Marinha. Deu start na sua carreira de negócios na área comercial e em seguida teve sua startup onde recebeu investimento anjo. Anteriormente foi consultora do Porto Digital, um dos maiores parques tecnológicos do cenário nacional.

Com uma vasta experiência em diferentes segmentos do mercado e devido a paixão por novas histórias, hoje além dos projetos, treinamentos e palestras, também é mentora de novos negócios em centros de inovação distribuídos pelo Brasil.

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