Por Alexandre Guimarães
Head de Inovação do Mundo do Cabeleireiro, eleito Líder de Tecnologia Norte/Nordeste 2019 e Corporate Ninja 2019 pelo Cubo Itaú

Em 2018 e 2019 muito foi falado sobre se a LOJA FÍSICA iria morrer com o crescimento das vendas no DIGITAL. Cheguei a ver temas como “A Morte dos Shoppings Centers”, como retrata a foto ao lado. Eu mesmo cheguei a colocar em palestras este tema.

Em 2019 vimos muitos shoppings investindo pesado em entretenimento para tirar o cliente de casa, outros começaram a criar suas próprias plataformas digitais, trazendo as lojas para o seu marketplace. Cheguei a participar de uma reunião de brainstorming com vários lojistas de um shopping aqui de nossa região, justamente para melhorar a plataforma digital dele. Então veio 2020 e com ele a pandemia. Um ano que poderia de vez decretar a morte das lojas físicas, pois tivemos que passar pelo menos 70 dias com as lojas fechadas e, até o momento, enquanto escrevo este artigo, estamos com algumas limitações de horários e até fechamento de lojas aos finais de semana. Um momento difícil onde, infelizmente, muitos varejistas fecharam de vez as suas portas.

Olhando por outro lado, a pandemia iniciou um processo de resgate da loja física, contrapondo o indiscutível o crescimento das vendas no digital. Segundo Goldman Sachs, em 2020 o mercado digital cresceu 57%, alcançando R$ 144 bilhões em GMV (total de vendas), o que implica em cerca de 10,5% do total de vendas do varejo. E para 2021 a projeção é que as vendas online alcancem cerca de 12% do total neste ano. Porém, apesar de todo este crescimento, o consumidor confinado em sua casa, está doido para sair, ver pessoas, ter interação física. O meio digital está cansando o ser humano, que precisa de contato, no entanto, sabemos que o digital é um caminho sem volta, e com ele o ominichannel se estabeleceu, ligando todos os canais de vendas do varejo, principalmente a loja física com a loja digital.

2020 começou a resgatar a loja física com o fortalecimento e crescimento do DIGITAL(interessante isso, heim?). Além de fazer a entrega para o cliente, as lojas digitais também começam a oferecer o PICKUP IN STORE, ou seja, compre no site e retire na loja. Uma estratégia que aumenta o volume de negócios e transforma a loja física em centro de distribuição. O crescimento desta modalidade é vista no dia a dia do e-commerce, chegando a cerca de 40% das vendas, e ajuda muito a loja física, pois ainda concede a oportunidade de converter uma nova venda e aumentar esse ticket médio. Já ouvi de algumas pessoas que comprar para retirar em loja é uma forma de sair de casa e respirar um pouco.

Outro ponto interessante é quanto à jornada de consumo, que cada vez mais inicia no digital. O consumidor busca a inspiração no digital, pesquisa o produto, tira suas dúvidas, compara preço e, muitas vezes, vai à loja mais próxima para comprar o produto. É fato que muitos de nós preferimos ter o produto ali, na hora, do que esperar chegar em casa. Também existe o contrário: o consumidor que chega na loja para ver o produto e ali pesquisa por preço no digital, os chamados SHOWROOMERS. Com isso, o varejista precisa ter bem definido a estratégia de retenção – a oportunidade está ali, na hora.

A experiência digital é como bem disse o pessoal da VMSP.

A experiência digital é a conexão entre a marca e o consumidor, onde não só tem a capacidade de aumentar venda mas como criar ou consolidar a imagem da marca

O digital de fato veio para resgatar o físico. Hoje eu preciso ser digital e ser físico, ou seja, eu preciso ser ominichannel, o consumidor enxerga um único canal – não tem mais distinção, tudo está integrado.

Enfim chegamos em 2021, o ano de esperança com a chegada da vacina, porém, ainda é incerto, pois não sabemos o que de fato vai acontecer, mas existe a esperança e precisamos nos preparar. Qual o futuro da loja física?

Acredite, não somente há futuro, como provavelmente no pós-pandemia as lojas físicas novamente serão exaltadas como o grande ponto de experiências entre marcas e consumidores. Caio Camargo

Revisão de texto: Keila Guimarães

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GUIMAS é Head de Inovação do MUNDO do Cabeleireiro, Co-founder do GETIC NE, idealizador do Blog Descoisando, Partner do Innovation Group e Palestrante

Em 2019 foi reconhecido como Innovation Leader N e NE na categoria Tecnologia, prêmio realizado pelo Innovation Group e também premiado pelo Cubo Itaú como Corporate Ninja 2019.

Uma pessoa que está sempre inconformado em fazer o diferencial e de incomodar as pessoas para sair do conformismo, ajudas os coisados a descoisarem as coisas.