Por Karol Oliveira
Gestora de Inovação e Especialista em Desenvolvimento de Novos Negócios, eleita Líder de Inovação Norte/Nordeste 2019.
Quase um ano desde que a Covid19 colocou boa parte do mundo em isolamento, as economias permanecem frágeis e não há um final claro. É um momento delicado em que as empresas devem olhar sim fazer planos, pois “esperar para ver” não é uma opção viável.
TECNOLOGIA SOZINHA NÃO FAZ MILAGRE
Constantemente reforço que não adianta dispor de ferramentas robustas se não houver time com habilidades pra controlar cada uma delas e saber como usar ao seu favor. Pesquisas sugerem que, em meio a pandemia, algumas empresas estão acelerando seus esforços. Naturalmente, apoiar essa aceleração do trabalho remoto e o crescimento do comércio eletrônico tem sido um desafio, mas a tecnologia em geral não é um grande problema. O que a pandemia forçou as empresas a fazer perguntas sobre como interagiremos no futuro próximo, questionando prioridades.
É notório que precisamos de uma reavaliação do que realmente precisa de contato cara a cara, para dividir times entre tabalho em casa ou no escritório. É hora das empresas reconsiderarem seus investimentos em espaço físico e requisitos para viagens de negócios, repensando custos e benefícios ambientais, visto a viralizacao dos termos da ESG. Mas quero trazer aqui um grande desafio: cenários em que o trabalho não pode ser feito remotamente.
Como fica a Serendipidade? Serendipidade significa encontro casual e a inovação se beneficia de momentos de aleatoriedade, pois quando não estamos obrigados a fazer algo, fica ainda mais fácil de fazer as ideias surgirem. Na minha vivência e observando cases de quem se reinventa constantemente, os encontros casuais desempenham um papel importante na democratização dos pensamentos que sustentam a inovação. Se o time só se encontra para reuniões planejadas específicas e as pessoas reduzirem radicalmente o número de eventos que participam, corremos o risco de uma redução significativa na inovação. Então, acredito que conforme as empresas reinventem como serão seus locais de trabalho e como o time interagirá, tanto interna quanto externamente, elas precisam pensar seriamente sobre como ‘preservar a aleatoriedade’. Podemos encontrar maneiras de fazer isso digitalmente à distância? Um questionamento que deve estar no topo da mente dos líderes quando forem revisar os planos de transformação!
É ao cruzar culturas diferentes que se torna possível combinar conceitos existentes num combo de novas ideias fantásticas.
MENOS ACHISMO, MAIS PRÁTICA
Sempre fico animada com a próxima grande invenção tecnológica e como isso pode mudar o mundo, mas aprendi que o futuro não é sobre desenvolvimento, mas sim uma combinação de coisas, de aprender algo útil aqui e outra coisa fora da nossa área lá, e reuni-los para fazer algo melhorado.
Precisamos entender que não se trata apenas de novas capacidades tecnológicas, trata-se de explorar novos modelos de negócios. O que aprendemos sobre como medir o trabalho que está sendo feito por partes e o valor entregue em cada etapa em um nível muito granular, será um diferencial competitivo, seja qual for o futuro. O que importa são as cadeias de valor envolvidas e como reinventamos estas, não a tecnologia propriamente dita.
Primeiro vem o investimento em pessoas e na capacitação destas para que estejam atentas a cada percepção do dia a dia, em busca da melhoria contínua dos negócios e sobrevivência dos mesmos. E caso vá investir em tecnologia, concentre-se no desenvolvimento de uma base de competência nos tipos de tecnologias que provavelmente farão a diferença, desde redes móveis até internet das coisas e inteligência artificial com machine learning.
Qual vai ser a estratégia vencedora? É impossível saber quais aspectos e quais aplicações durarão, mas pode-se afirmar que os negócios que prosperam serão aqueles que tentam. Eles aprenderão o suficiente, mesmo com a falha, e com estarão a frente de muitos que só estudam o que fazer e esperam a forma milagrosa de evoluir.
Enquanto a ciência exata exige precisão e gabaritos, a inovação é formada por variação e tentativa.
Leituras: Cultura da Interface / Tecnologias da Inteligência
Conheça Karol !!!

Gestora de Inovação com foco na habilidade de Problemas Complexos, Karol é especialista em inovação aplicada em corporações e startups. Em 2019, foi eleita Líder de Inovação Norte/Nordeste pelo prêmio Innovation Leader.
Iniciou no mercado de trabalho como docente na disciplina de Física voltada para concursos da Aeronáutica e Marinha. Deu start na sua carreira de negócios na área comercial e em seguida teve sua startup onde recebeu investimento anjo. Anteriormente foi consultora do Porto Digital, um dos maiores parques tecnológicos do cenário nacional.
Com uma vasta experiência em diferentes segmentos do mercado e devido a paixão por novas histórias, hoje além dos projetos, treinamentos e palestras, também é mentora de novos negócios em centros de inovação distribuídos pelo Brasil.